A Pangeia, o último supercontinente que uniu quase todas as massas terrestres da Terra em uma só, foi cercada por um vasto oceano chamado Pantalassa. Dentro deste gigantesco oceano, um mar menor, o mar de Tethys, banhava o leste da Pangeia.
A formação desse supercontinente e a sua posterior fragmentação moldaram os continentes e oceanos que conhecemos hoje.
Durante o tempo em que a Pangeia existiu, ela era rodeada por um único e imenso oceano: o Pantalassa. Diferente dos oceanos de hoje, como o Atlântico ou o Pacífico, que dividem os continentes, o Pantalassa dominava praticamente toda a superfície da Terra que não fosse coberta pelo supercontinente.
Dentro deste oceano, existia um mar, o mar de Tethys, localizado no lado oriental da Pangeia, entre o que hoje seriam as regiões que abrigam a Europa e a Ásia. O Tethys teve um papel importante na evolução da vida marinha e no clima, pois sua presença ajudava a moderar as condições climáticas nas regiões próximas.
O que existia antes da Pangeia?
Antes da formação da Pangeia, houve outros supercontinentes. Um dos mais conhecidos foi a Panótia, que existiu cerca de 600 milhões de anos atrás, antes de ser fragmentada.
A Terra, ao longo de sua história, passou por ciclos de fusão e separação de supercontinentes, e a Pangeia foi apenas o mais recente deles. A Protopangeia, uma configuração teórica de massas terrestres, existiu cerca de 2,5 bilhões de anos atrás.
Além da Panótia, outros supercontinentes anteriores incluem Columbia e Rodínia. Cada um desses supercontinentes desempenhou um papel na evolução geológica e climática do planeta, influenciando o desenvolvimento das primeiras formas de vida e moldando a geografia da Terra ao longo de bilhões de anos.
A Pangeia começou a se formar cerca de 300 milhões de anos atrás, no final do período Permiano, o último período da era Paleozoica, e começou a se fragmentar há cerca de 180 milhões de anos, durante a era Mesozoica.
Em que era geológica ocorreu a Pangeia?
A formação da Pangeia ocorreu entre 300 e 250 milhões de anos atrás, no final da era Paleozoica, especificamente no período Permiano. Esse supercontinente permaneceu unido durante o início da era Mesozoica, até que as forças das placas tectônicas começaram a separá-lo no período Triássico, há aproximadamente 230 milhões de anos.
A teoria que explica esse movimento das massas continentais é a deriva continental, proposta pelo meteorologista alemão Alfred Wegener em 1912.
De acordo com a teoria de Wegener, a Pangeia começou a se fragmentar lentamente devido ao movimento das placas tectônicas, que continuam em movimento até hoje. A separação inicial da Pangeia deu origem a dois supercontinentes menores: Laurásia, ao norte, e Gondwana, ao sul. Esses dois blocos eventualmente se dividiram ainda mais, formando os continentes que conhecemos hoje.
Existiam desertos na Pangeia?
Sim, havia desertos no interior da Pangeia. O supercontinente tinha um clima extremamente diversificado, e uma das características mais marcantes era o contraste entre o clima das regiões costeiras e o clima do interior.
Enquanto as áreas próximas ao mar eram mais úmidas e tinham temperaturas moderadas, o centro da Pangeia era muito quente e seco, uma vez que estava afastado das influências dos ventos oceânicos.
As cadeias de montanhas presentes no interior da Pangeia também contribuíam para o clima seco, pois bloqueavam o ar úmido que vinha do oceano. Isso resultava em vastas regiões áridas e desérticas no centro do supercontinente, onde as temperaturas podiam ser extremas e a umidade era escassa.
A presença de desertos no centro da Pangeia é evidenciada pelos depósitos de sedimentos encontrados em várias partes do mundo que datam dessa era geológica.
Como era o clima da Pangeia?
O clima da Pangeia era variado, mas com algumas características extremas, especialmente no interior do supercontinente. De modo geral, as regiões costeiras da Pangeia tinham um clima mais ameno e úmido, em parte devido à proximidade com o oceano Pantalassa e o mar de Tethys. Nessas áreas, os ventos oceânicos ajudavam a regular a temperatura, criando condições mais confortáveis para a vida.
Por outro lado, o interior da Pangeia experimentava um clima mais quente e seco, resultando em vastas áreas desérticas. A falta de umidade e a ausência de grandes corpos d’água faziam com que o centro do supercontinente fosse propenso a temperaturas extremas.
As cadeias de montanhas no centro da Pangeia também ajudavam a manter essas condições secas, ao impedir que o ar úmido do oceano chegasse ao interior.
No entanto, a região equatorial da Pangeia tinha um clima mais tropical, semelhante ao que vemos hoje em regiões como a Amazônia. Evidências de depósitos de carvão encontrados em áreas que hoje são os Estados Unidos e a Europa sugerem que a Pangeia, perto do equador, era coberta por florestas tropicais densas.
Qual era a temperatura na Pangeia?
A temperatura na Pangeia variava significativamente dependendo da região. As áreas próximas ao equador, como mencionado, eram mais quentes, com clima tropical e alta umidade. Nessas regiões, as temperaturas eram elevadas durante o dia, mas havia mais umidade, o que ajudava a suavizar o calor.
Nas zonas temperadas e nas regiões centrais da Pangeia, a situação era bem diferente. O centro do supercontinente experimentava temperaturas muito mais altas, com um clima árido e seco. Durante o dia, as temperaturas podiam atingir níveis extremos, enquanto à noite o ar esfriava rapidamente devido à falta de umidade. Essa variação de temperatura era uma característica marcante do clima no interior da Pangeia.
Nas regiões mais ao norte e ao sul, longe do equador, as temperaturas eram mais frias, especialmente nas áreas mais próximas dos polos. No entanto, devido à grande massa de terra que formava a Pangeia, o clima nessas regiões era mais seco do que o clima polar que conhecemos hoje.
A Pangeia e o futuro dos continentes
A Pangeia pode ter se fragmentado há milhões de anos, mas o ciclo de formação e separação de supercontinentes continua. Os continentes estão em constante movimento, impulsionados pelo movimento das placas tectônicas. Em milhões de anos no futuro, é possível que os continentes voltem a se unir, formando um novo supercontinente, como ocorreu com a Pangeia no passado.
A história da Pangeia não é apenas um olhar para o passado geológico da Terra, mas também um lembrete de que nosso planeta está sempre mudando, em um ciclo contínuo de criação e destruição de massas continentais. O estudo da Pangeia e de outros supercontinentes nos ajuda a entender melhor o passado da Terra e a prever o futuro geológico do nosso planeta.