Comum nos estados de Roraima e do Pará, a Araponga-da-amazônia está no Guiness Records por ter o canto mais alto já registrado entre animais. Com o tamanho de um pombo doméstico, essa ave emite um som que pode chegar a até 125 decibéis (dB). Em comparação, um show de rock pode chegar até 120 dB.
Um ponto que chama a atenção na aparência da ave é o que parece uma corda pendurada ao seu bico, que ele sacode ao emite seu canto. Essa parte do corpo pendurada é uma barbilhão, uma saliência carnosa por baixo do bico de algumas aves. Outras espécies também têm barbilhões, como anambés-papudos, condores-dos-andes, tuiuiús africanos e marabus.
Araponga-da-amazônia tem estrutura corporal única para conseguir cantar tão alto
A medição do canto dessa espécie partiu dos pesquisadores Mario Cohn-Haft, do Departamento de Biodiversidade (COBIO) e Coleções Zoológicas – Aves, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Jeff Podos, professor de biologia da Universidade de Massachusetts, que publicaram um artigo com suas descobertas na “Current Biology” em 2019.
Para a BBC, Cohn-Haft contou que ficou surpreso ao dissecar um espécime coletado e descobrir uma musculatura bastante espessa. Músculos abdominais costumam ser bem finos em aves. “A araponga-da-amazônia tem abdominais de quem malha, ondulados, bem visíveis, com quase um centímetro de espessura. Isso me impressionou. Ficou evidente que, junto com a siringe, também diferenciada nessa espécie, é uma adaptação para produzir um som muito alto e forte, sem explodir a barriga”, explicou o pesquisador brasileiro.
Outra curiosidade descoberta pelos pesquisadores é que os machos da espécie cantam mais alto quando estão perto de fêmeas e parecem usar esse som bastante alto para cortejar as fêmeas. “Ela pousa ao lado dele e ele emite esse som no ouvido da fêmea. Isso é surpreendente, porque os animais geralmente diminuem o volume para esse tipo de comunicação próxima. Mas esse pássaro faz diferente”, contou o pesquisador ao G1 em 2021.
Confira uma palinha do canto da Araponga-da-amazônia:
Fonte: BBC, G1 e National Geographic Brasil.
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