Apontado muitas vezes como uma pessoa fria, Michael Schumacher viveu um momento de fofura no Brasil. O ano era 1996, quando o piloto já ostentava dois títulos mundiais. Apenas 2 anos após a morte de Senna, assumindo o protagonismo de principal estrela da categoria, o astro decidiu brilhar fora das pistas.
No GP de Interlagos, no seu primeiro ano pilotando pela Ferrari, Schumacher viu um cachorro passar trabalho nos bastidores.
Circulando pela pista em busca de comida e abrigo, um cão SRD estava sendo expulso pelo fiscal de provas. Com pontapés e palavras agressivas, o profissional tentava de todas as formas afastar o animal. Vendo a situação, Schumacher não pensou duas vezes e decidiu intervir.
Parando seu trabalho de ajuste do carro, o piloto pediu que o fiscal de prova parasse de tratar o animal de forma agressiva. Quando ouviu que aquela cena era recorrente, que o cachorro sempre retornava para tentar conseguir alimento, foi a vez do coração falar mais alto.
Visivelmente debilitada, a cadela estava cheia de pulgas e carrapatos, além de sarna. Schumacher se aproximou, fez carinho e a amizade iniciou imediatamente.
A primeira atitude de Schumacher foi chamar sua esposa, Corinna, pedindo pra que ela tomasse providências e levasse o animal para tratamento. Recebendo uma atenção vip, a cadela passou por ótimos profissionais, foi alimentada, tomou banho e, como se fosse no automobilismo, passou por uma revisão completa.
Schumacher voltou a se concentrar no trabalho. Treinou normalmente e só voltou a ver o cachorro após finalizar sua sessão de treinos. Ao saber que aparentemente se tratava de um cão de rua, sem nenhum dono, ele informou a decisão de adotar.
No hotel em que estava hospedado, muito antes do movimento pet friendly, ouviu que não era possível manter o animal. No entanto, usando sua influência de bicampeão mundial, isso logo foi resolvido. Relatos apontam que até mesmo a banheira do hotel foi usada para brincar com a nova integrante da família.
O nome, em alusão ao estado em que foi encontrada, imediatamente virou “Flea”, que em português significaria “pulga”.
Logo Flea foi preparada para migrar junto com a família Schumacher. Passou a morar na Suíça e acompanhou o piloto em diversas ocasiões. Com tratamento vip, frequentou pistas renomadas no circuito mundial de Fórmula 1.