Carne feita em laboratório pode não ser tão ecológica como se imaginava

Uma carne feita em laboratório, sem origem animal e sem as crueldades da indústria, parece o sonho de qualquer vegetariano. Mas essa opção talvez não seja tão ecológica quanto você poderia imaginar…

Como a carne feita em laboratório pode prejudicar o meio ambiente

Um dos grandes problemas da produção de carne são as emissões de gás carbono, que, segundo a ONU, representam cerca de um décimo das emissões globais. Por não precisar de amplos espaços para pastagem, nem de gado, a carne feita em laboratório se coloca como uma opção bem mais sustentável para o meio ambiente.

Porém, um estudo preliminar de pesquisadores da Universidade da Califórnia publicado recentemente – e ainda não analisado por seus pares – conclui que a “pegada de carbono da carne cultivada em laboratório pode, de fato, ser muito maior do que a carne bovina criada a partir de um animal”, explica matéria da BBC Science Focus.

Para conseguir cultivar a carne nesses laboratórios, é preciso levar em contar a emissão de manter esses locais em que a carne é produzida. Além disso, as células são alimentadas em um meio nutritivo e os ingredientes precisam ser “cultivados” em algum lugar, não é mesmo? Somando as emissões de carbono de todo este processo, a produção de carne “sintética” emite mais carbono do que a agropecuária tradicional, segundo esse estudo.

Mas vale destacar que essa pesquisa ainda não foi revisada por pares.

O Dr. John Lynch, da Universidade de Oxford, afirmou para a BBC Science Focus que ainda é cedo para comparar os impactos climáticos da carne de laboratório e da agropecuária tradicional.

“Há boas razões para acreditar que a produção de carne cultivada terá uma pegada ambiental mais leve do que a criação e o abate de vacas e ovelhas. Mas, como Lynch me apontou, não será intrinsecamente bom para o planeta, apenas melhor do que a produção agrícola convencional”, completa a BBC.

Fonte: BBC Science Focus.

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