O botijão de gás é um item essencial para muitas famílias brasileiras, mas seu peso e preço podem variar consideravelmente. O peso de um botijão cheio e vazio, o custo de produção do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e os fatores que influenciam o valor de venda final são temas importantes para entender as oscilações de preços que afetam o orçamento doméstico.
O peso de um botijão de gás depende do modelo e da quantidade de gás que ele contém. O botijão de 13 kg, o mais utilizado nas residências, deve conter exatamente 13 kg de GLP. No entanto, o peso total de um botijão cheio inclui o peso do casco, que pode variar entre 13 e 15 kg, dependendo do fabricante.
Para determinar a quantidade exata de gás restante, basta pesar o botijão e subtrair o valor da tara (peso do casco), que está impresso no próprio recipiente.
Além do botijão padrão de 13 kg, existem outros modelos menores, como o P2 (2kg), P5 (5kg) e P8 (8kg), mais comuns em comércios ambulantes ou para quem utiliza fogões de pequeno porte. Quando o gás está próximo do fim, o botijão se torna visivelmente mais leve, e pesá-lo em uma balança pode ser uma maneira eficaz de verificar a quantidade restante.
Como é formado o custo do GLP?
O GLP pode ser obtido a partir de duas fontes principais: o refino de petróleo e o processamento de gás natural. No Brasil, grande parte do GLP é derivado do refino de petróleo.
O processo de produção ocorre em torres de destilação, onde diferentes derivados do petróleo, como gasolina e diesel, são separados antes da extração do GLP. O craqueamento catalítico fluido (FCC) é uma das técnicas mais utilizadas para esse fim no país.
Além disso, o gás de cozinha pode ser obtido através do processamento de gás natural em unidades específicas. Esse GLP é composto principalmente de propano e butano, gases com alto poder calorífico, ideais para uso doméstico.
No entanto, o custo de produção não é o único fator que influencia o preço final do botijão de gás. Vários outros componentes, como impostos estaduais e federais, custo de distribuição e a margem de lucro das distribuidoras, também têm impacto direto no valor pago pelo consumidor. Em média, 44% do valor final do botijão é destinado às refinarias, 38% às distribuidoras e 18% aos impostos.
Por que o gás de cozinha é mais caro em algumas regiões?
O preço do gás de cozinha pode variar significativamente entre diferentes regiões do Brasil, e isso se deve a diversos fatores. Um dos principais é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual. Cada estado tem autonomia para definir a alíquota desse imposto, o que gera variações no preço do GLP entre diferentes localidades.
Além disso, o custo de transporte é outro fator relevante. O Brasil é um país continental, e regiões mais afastadas dos centros de produção e refino tendem a ter um custo de logística mais elevado. Isso reflete diretamente no valor do botijão de gás para o consumidor final.
A margem de distribuição e revenda também pode ser maior em áreas de difícil acesso ou com menor oferta do produto.
A valorização do dólar em relação ao real também impacta o preço do GLP, uma vez que o valor do petróleo, matéria-prima para a produção de gás, é cotado em dólares no mercado internacional.
Fatores externos, como a demanda global por gás, políticas de transição energética em países como a China e eventos como a pandemia de COVID-19, também podem influenciar no aumento ou diminuição dos preços.
Maiores empresas de GLP no Brasil
No Brasil, a distribuição de GLP é dominada por algumas grandes empresas. Entre elas, destacam-se a Ultragaz, Liquigás, Supergasbras e Nacional. Essas companhias são responsáveis pela comercialização de botijões de gás para milhões de consumidores em todo o país. A Petrobras, embora não distribua diretamente o GLP, é a principal responsável pela produção e refino desse combustível.
A Copagaz, uma das principais distribuidoras de gás do Brasil, também desempenha um papel importante no mercado. Em 2019, a empresa projetou que alcançaria uma participação de mercado de 25%, consolidando-se como uma das maiores do setor.
Essas empresas enfrentam o desafio de atender a uma demanda crescente, enquanto lidam com a volatilidade do mercado internacional e a oscilação dos custos de produção e distribuição. O resultado é um mercado altamente competitivo, onde a busca pela eficiência logística e melhores condições de preço é constante.
Programas que facilitam o acesso ao gás de cozinha
O Auxílio Gás foi criado para garantir que famílias com baixa renda possam adquirir o botijão de gás de 13 kg, necessário para cozinhar em casa. O programa, gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), é pago pela Caixa Econômica Federal (CEF), seguindo o mesmo calendário do Bolsa Família.
Esse benefício é disponibilizado a cada dois meses e o valor equivale a uma média de 50% do preço de mercado do botijão de gás.
Para ter direito ao benefício, é necessário que a família esteja inscrita no Cadastro Único (CadÚnico), uma plataforma que centraliza informações de pessoas em situação de vulnerabilidade no Brasil. Além disso, a renda per capita mensal da família deve ser menor ou igual a meio salário mínimo.
O programa também dá prioridade para mulheres vítimas de violência doméstica que estejam sob medidas protetivas de urgência.
Para se cadastrar e receber o Auxílio Gás, não basta estar inscrito no CadÚnico. Outros critérios, como atualização dos dados nos últimos 24 meses e o número de pessoas na família, influenciam no processo de seleção. As famílias com menor renda per capita e aquelas que já recebem o Bolsa Família têm prioridade na concessão do benefício.
O Gás para Todos é uma nova modalidade do Auxílio Gás, que visa facilitar o acesso ao gás de cozinha para um número ainda maior de famílias brasileiras. Diferentemente do formato atual, no qual o benefício é pago em dinheiro, o Gás para Todos prevê a distribuição direta do botijão de gás, sem a necessidade de saque de valores.
Esse projeto de lei ainda está em tramitação no Congresso Nacional, mas tem previsão para ser implementado em janeiro de 2025. O objetivo é ampliar o número de famílias atendidas pelo benefício, saltando de 5,6 milhões para cerca de 20 milhões.
A proposta é eliminar intermediários no processo de compra, garantindo que as famílias recebam o produto diretamente das distribuidoras. A expectativa é que esse modelo possa trazer mais eficiência ao programa e ampliar o acesso ao gás de cozinha para populações ainda mais vulneráveis.
Assim como no Auxílio Gás, as famílias que desejam se beneficiar do Gás para Todos deverão estar inscritas no CadÚnico e atender aos requisitos de renda mínima. O programa tem como público-alvo as mesmas famílias elegíveis ao Auxílio Gás atual, garantindo que o acesso ao gás de cozinha seja mantido sem interrupções para quem já depende do benefício.
Como conseguir o Auxílio Gás?
Conseguir o Auxílio Gás requer alguns passos importantes. O primeiro deles é estar inscrito no CadÚnico, que pode ser feito em um dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou online, por meio do aplicativo oficial do governo.
A inscrição é um pré-requisito, mas não garante a entrada imediata no programa. Além disso, é fundamental que as informações cadastrais estejam atualizadas, principalmente os dados de renda e número de pessoas na família, para que o governo possa fazer uma análise correta da situação de vulnerabilidade.
Após estar inscrita e com o cadastro atualizado, a família deve acompanhar o calendário de pagamento do Bolsa Família, uma vez que o Auxílio Gás segue o mesmo cronograma. Os pagamentos são realizados diretamente pela CAIXA, podendo ser sacados em agências bancárias, lotéricas e correspondentes bancários, como o Caixa Aqui.
É importante destacar que a renda familiar é o principal critério de seleção. Portanto, quanto menor for a renda per capita da família, maiores são as chances de obter o benefício. Além disso, o número de integrantes e a atualização cadastral nos últimos dois anos também são levados em consideração no processo de seleção.