A condição genética que faz com que a pessoa pareça fisiculturista
Para muitas pessoas, perder gordura é uma luta constante, que precisa de dietas restritas e uma rotina constante de exercícios físicos. Mas, para os portadores dessa condição genética chamada Síndrome de Dunnigan, perder tecido adiposo em certas regiões do corpo não é uma escolha.
A Síndrome de Dunnigan, ou Lipodistrofia Parcial Familiar Tipo 2 (LPF2), é uma doença genética rara. Segundo artigo publicado na RevistaFT, ela provoca a perda seletiva e progressiva de tecido adiposo subcutâneo. Essa perda normalmente começa após a puberdade.
Normalmente, perde-se o tecido adiposo na região dos glúteos, abdome, tronco e membros superiores e inferiores, dando aquela aparência muscular definida que costumamos ver em fisiculturistas. Porém, essa lipoatrofia também é acompanhada pelo acúmulo de gordura em outras partes do corpo, como no rosto, queixo e pescoço.
A brasileira Priscila Canhet, de 35 anos, fez um relato para o site Terra contando sua jornada enfrentando essa síndrome. Ela contou que, quando entrou na puberdade, começou a perceber que o seu corpo e de outras mulheres da sua família não correspondia ao que se espera de um corpo feminino. “Tínhamos ausência de seios e os braços e as pernas tinham uma aparência mais masculinizada”, contou Canhet.
“Sofri bastante bullying na puberdade, sendo constantemente questionada sobre minha aparência, músculos destacados e veias visíveis. A gordura se acumula no pescoço e no rosto, e as pessoas muitas vezes duvidam se eu sou mesmo mulher, já que não tenho o “corpo feminino” que esperam”, relatou.
Quais os riscos dessa condição genética?
De acordo com um artigo da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, as mulheres afetadas por essa condição são predispostas à resistência à insulina e às complicações. Alguns riscos incluem intolerância à glicose, elevação da pressão arterial, aumento do risco de doença cardiovascular, diabetes melito e predisposição à síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Além disso, a perda de gordura corporal também diminui a produção da leptina, um hormônio que regula o apetite e o metabolismo. Por isso, pessoas com essa síndrome tendem a ter uma ingestão maior de alimentos, o que torna difícil manter uma disciplina alimentar saudável.
Referências
LEÃO, Lenora Maria Camarate Silveira Martins et al. Lipodistrofia parcial familiar do tipo dunnigan: Atenção ao diagnóstico precoce. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 33, p. 99-103, 2011.
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