No Brasil, nossa fauna, em comparação a outros continentes como a Oceania e a África, apresenta uma relativa moderação em relação a animais perigosos para a saúde humana. No entanto, mesmo com essa moderação, alguns representantes merecem nossa atenção e cautela.
Os animais mais perigosos
Em terras brasileiras, os escorpiões ganham destaque, especialmente o temido escorpião amarelo (Tityus serrulatus). Adaptados ao ambiente urbano, esses aracnídeos são encontrados com mais frequência nas regiões Nordeste e Sudeste, prosperando em locais com infraestrutura precária, acúmulo de lixo e entulho próximo às residências. Seu hábito noturno e picada potencialmente letal, principalmente para crianças, torna essencial a adoção de medidas preventivas.
No reino das aranhas, a aranha-marrom (Loxosceles) marca presença na região Sul do Brasil, favorecida pelo clima propício à sua proliferação em ambientes domésticos. Já as armadeiras (Phoneutria) e a viúva-negra (Latrodectus) apresentam características distintas, mas todas carregam consigo a capacidade de causar danos significativos à saúde humana.
As serpentes, embora mais comuns em ambientes rurais, merecem atenção. Jararacas e cascavéis são exemplos de espécies que podem ser encontradas próximas a áreas urbanas, adaptando-se a ambientes úmidos e abertos. Seus venenos podem resultar em sequelas graves, incluindo necrose e amputação.
Finalizando a lista, as lacraias ou centopeias destacam-se como caçadoras noturnas rápidas, habitando locais úmidos e podendo causar sintomas como febre, calafrios e tremores.
Apesar dessa relativa moderação, é crucial adotar medidas preventivas para evitar encontros indesejados com esses animais. Claudio Souza, biólogo do Instituto Vital Brazil, sugere o princípio dos 4As: controle de acessos, abrigo, alimento e água. Vistoriar possíveis entradas, eliminar locais de abrigo, controlar insetos e roedores, e reduzir fontes de água e umidade são ações que contribuem significativamente para minimizar os riscos.
Em caso de picadas, a orientação permanece a mesma: lavar o local com água e sabão e procurar atendimento médico imediato. Ao compreender e respeitar a fauna local, podemos coexistir de forma segura, aproveitando a riqueza natural do Brasil com a devida precaução.