A relação entre o lixo e o surgimento de novas pandemias é um tema cada vez mais relevante e preocupante. Pesquisas recentes têm demonstrado que o manejo inadequado de resíduos pode criar condições propícias para a emergência de doenças infecciosas. Desde a Covid-19, que paralisou o mundo, sanitaristas e cientistas de todo o mundo, estão com receio de como poderá surgir uma nova doença tão impactante quanto.
De acordo com os cientistas da Universidade James Cook, na Austrália, e Universidade Mahidol, na Tailândia, conforme os lixões crescem nas cidades, esses locais se tornam reservatórios perigosos para doenças e novas pandemias.
“A maioria dos surtos de doenças infecciosas emergentes se origina da vida selvagem, e frequentemente envolvem interação patógeno–hospedeiro–ambiente. Os lixões agem como uma interface entre humanos, animais e o ambiente, de onde essas doenças podem surgir”, explicou o professor Bruce Gummow da Universidade James Cook.
Como o lixo pode causar novas pandemias?
- Concentração de patógenos: Lixões a céu aberto e aterros sanitários mal gerenciados se tornam verdadeiros criadouros de bactérias, vírus e outros patógenos. A decomposição da matéria orgânica atrai animais vetores, como ratos e insetos, que podem carregar e transmitir doenças.
- Contaminação do solo e da água: O lixo contaminado pode infiltrar no solo e na água, contaminando lençóis freáticos e cursos d’água. Essa contaminação pode levar ao surgimento de doenças transmitidas por água e alimentos.
- Contato com humanos: Catadores de lixo e pessoas que vivem em áreas próximas a lixões estão expostos a um risco maior de contrair doenças infecciosas, devido ao contato direto com o lixo e com os vetores.
- Resistência antimicrobiana: O uso inadequado de antibióticos em animais criados em fazendas e a presença de resíduos de medicamentos no lixo podem contribuir para o surgimento de bactérias resistentes a antibióticos, dificultando o tratamento de infecções.