Na quarta-feira (09/10), os jornais mundiais ficaram atentos para noticiar a devastação da chegada do furacão Milton no sudeste dos Estados Unidos, no qual a tempestade estava projetada para atingir com grande intensidade principalmente na Flórida. Nos últimos dias, os meteorologistas estavam atentos ao crescimento do furacão e estimaram que a velocidade dele poderia chegar na categoria 5, considerada a mais extrema.
Apesar dos estragos, o furacão Milton não atingiu os ventos esperados e baixou para o nível 1, depois de passar pelo estado da Flórida e avançar pelo continente. Vale ressaltar que este é o terceiro fenômeno extremo a atingir a região apenas esse ano, deixando os especialistas atentos à possibilidade de existir futuramente um furacão com nível 6.
Como são definidas as categorias dos furacões?
Criada por Herbert Saffir e Robert Simpson, as categorias levaram os seus nomes e é conhecida como Escala Saffir-Simpson. Essa métrica serve para calcular a velocidade dos ventos sustentados e os danos que um furacão pode causar. Furacões de categoria 5 são considerados extremamente perigosos, com ventos superiores a 252 km/h e capazes de causar destruição generalizada.
A possibilidade de existir um dia a categoria 6, está atrelada aos dados que os cientistas estão tendo com o aquecimento global. Conforme os oceanos ficam mais quentes, isso fornece mais energia para a formação e intensificação de furacões. Alguns cientistas acreditam que essa tendência pode levar ao surgimento de tempestades ainda mais poderosas.
Vale ressaltar que, a Escala Saffir-Simpson foi criada em 1960 e muita coisa mudou nesses últimos 64 anos. Alguns especialistas defendem a ideia de que essa métrica pode não ser mais suficiente para classificar a intensidade de todos os furacões que se formam atualmente.
Quais seriam as características de um furacão de categoria 6?
Os ventos da tempestade teriam que ultrapassar os da categoria 4, sendo superiores a 300 km/h. Isso poderia gerar ainda mais danos, pois a força destrutiva de um furacão de categoria 6 seria inimaginável, com danos estruturais ainda maiores, inundações mais extensas e um potencial de perda de vidas ainda maior.
Em um entrevista ao USA Today, o cientista climático Michael Mann, diretor do Penn Center for Science, Sustainability & the Media da Universidade da Pensilvânia, afirmou que, se ocorre um furacão que se enquadre na categoria 6, ele seria resultado direto do aquecimento global criado pelo homem:
“Estamos testemunhando furacões que – por qualquer extensão lógica da escala Saffir-Simpson existente – merecem ser colocados em uma categoria totalmente separada e mais destrutiva das tempestades tradicionalmente definidas (categoria 5) como ‘mais fortes’”, explicou Mann.